12 de out. de 2010

~ quero ouvir de você



Passaram-se anos. Você mudou, eu também. Você cresceu, mas continua com aquele rosto delicado e aquele olhar que mesmo tão inocente, me desconcerta. Eu cresci, mas continuo com aquela cara de criança sapeca e um sorriso que não consegue se esconder quanto te vê.
Quem nunca teve um amor escolar? É, desses de ensino fundamental que você se lembra até hoje. Uns se arrependem de não ter dito nada, sabe-se lá se era o amor de sua vida?
Lembro de quando te via chegar na sala, com seu jeito marrento e meio superior, mas que me fascinava. Lembro como meu coração acelerava, minhas mãos suavam e meu olhar não conseguia desviar do seu.
 Três anos foram assim, ou dois e alguma coisa. Você saiu da escola, me acostumei com sua ausência. Ainda te encontrava uma vez ou outra, te via passando na rua da minha casa pela minha janela e os sintomas voltavam. Logo depois me batia aquele choque de realidade: pára, nada vai acontecer.
Um carnaval antes da minha partida, partida essa que não esperávamos. Nem eu nem você.
Seria uma boa pergunta... o que faríamos se soubéssemos que talvez não nos encontraríamos mais? É, pergunta sem resposta.
Carnaval, música, carros alegóricos, pessoas seminuas. Isso nunca me agradou muito, confesso.
Mas o que tinha naquela cidade pequena que desse algum movimento nas nossas vidas paradas e monótonas? Se só tinha isso, vai isso mesmo.
Eu e mais uma amiga, você e mais um amigo. Lembro que todos foram por lados diferentes, te vi no começo da festa e te perdi de vista. Hora de ir embora, já estava tarde e moça decente tem que estar em casa antes da meia noite.
Você aparece e um pouco alterado. É, pra ter coragem de falar comigo você deve ter bebido todas mesmo. Segura minha mão e diz pra esperar um pouco. Eu te olho nos olhos e espero ouvir alguma coisa que valesse a pena eu estar ali parada escutando alguém um tanto quanto NADA lúcido.
Ele: - Eu sempre gostei de você, eu não tinha coragem de falar. Eu fui um idiota eu sei, mas é porque com você é diferente... eu não consigo explicar.
Mari: - Ly, sua mãe vai brigar... é melhor a gente correr.
Eu: - Fala, o que você quer falar? Depois de tanto tempo, você começou a gostar de mim do nada!?
Ele: - Não né, eu já gostava. Só não consegui falar! Você não tem idéia do quanto eu bebi pra criar coragem de falar alguma coisa agora.
Eu: - Tô tendo uma noção agora.
Mari: - Ly, sua mãe vai chingar a gente!
Eu: - Eu sei Mari, espera já to indo.
Ele: - Olha, vai... depois eu converso direito com você e lúcido tá?
Eu: - Tem certeza? Ok, você que sabe.
Voltei pra casa comentando com a Mari: - Ele não vai me falar nada depois, deixou passar a tal ‘oportunidade’. E eu ainda sentia todo aquele coração acelerado, mãos suadas e borboletinhas no estômago quando falava com você.  Eu estava mais madura, mas no sentimento não se mudou grandes coisas.
Não te vi mais. Me mudei de cidade e perdi todo o contato que já tive com você. Passaram-se mais três anos. É algo periódico ou os 3 anos nos perseguem hein? É, você conheceu outras pessoas e deve ter se apaixonado. Eu conheci alguém e posso dizer que amei. Nunca consegui distinguir o sentimento que tinha por você. Amor, ódio, amizade sei lá! Não consigo nomeá-lo até hoje, embora tanta coisa já tenha acontecido.
Eu volto á minha antiga cidade, são férias de dezembro. Eu estou com aquele, aquele garoto que eu amei. Vocês, por ironia do destino são melhores amigos.
POXA VIDA, que beleza não? Te vejo sentado na mesa do bar com ele e fico paralizada.
Sério, senti a câmera lenta dos filmes naquele momento. Você cresceu e muito. Ficou mais bonito até. Sua reação ao me ver ao lado do seu melhor amigo, foi a mesma que eu ver você melhor amigo do meu ‘amor’. Naquela mesa, conversa vai e conversa vem. Impossível não notar as encaradas de um pro outro. Fui embora, me despedi de você estranhamente.
O telefone tocou, você tentou falar uma coisa e outra... mas como sempre algo dá errado e você e seu melhor amigo discutem , seu melhor amigo e eu também.
Voltei pra minha cidade e não voltei mais naquele interior desde então. Meu amor não era amor e agora estou só. Seu amigo não era seu amigo e agora você está só? Talvez... quem sabe.  Não te vi mais, como num relapso, num flash de cena do filme. Passou, já era.
Você ressurge, das cinzas do meu MSN e diz que sentiu saudade hoje.
Como assim!? Eu ainda te tenho adicionado? oÕ
Algumas palavras tentam ser ditas de novo e nada sai.
Você me manda algumas músicas, consigo entender parte do que você sente... mas ainda é pouco.
São apenas canções e preciso ouvir da sua boca. Tanto tempo passou, tantas oportunidades.
Se você voltasse atrás, faria algo diferente?


Ele: - O que vai mudar se eu disser alguma coisa agora?
Eu: - Você não vai saber, se não arriscar.

4 comentários:

  1. Nossa Ly, que história de amor(não sei, mas parece que é)...
    Você vai ter q contar o desenrolar dessa história, estou aqui de dedinhos cruzados pra saber detalhadamente.
    Beijos!!

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  2. SHAUSHAUSHAUHSU' pois é mel, pra vc ver!
    até eu estou curiosa ;x
    beeijos e torça aí SUAHUSHAS'

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  3. Quando te conheci, comecei a ter um sentimento inexplicável, não era tristeza, não era alegria... Era uma indecisão de amar você. Eu passava momentos olhando pra frente, desligado, sem ver nada. De repente, a indecisão foi evaporando, e eu vi dentro de mim, que o que eu sentia por você era AMOR. Você se encaixava em tudo que eu queria, desde o sorriso, até as lágrimas.
    Você era a mão certa, na escalada incerta...
    Você era o horizonte nítido.
    Você era o calor, que eu sempre quis nos dias frios.
    Mas infelizmente, quando descobri o que era esse carrossel de sentimentos, já era tarde demais.
    Só me dei conta do que você representava pra mim quando te perdi.
    Espero ainda de encontrar pra poder dizer tudo o que eu senti, e ainda sinto.
    Após tudo isso, só resta uma frase: EU TE AMO!

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  4. ;O
    eu acho que a escritora ficou sem palavras

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