7 de jun. de 2015

Típico dia de domingo

Eu tinha uma péssima memória e sempre gostei disso.
Não sofria assim. Aliás, sofria mas por um breve momento e depois eu seguia em frente e me esquecia daquilo. Cansei de ouvir das pessoas: nossa, mas você conseguiu perdoar? Como você consegue? Etc e etc.
Sim, consegui. Já perdoei família, amigos, amor... porque todos pisam na bola. Ninguém é perfeito e por isso, todos vão errar e uns podem te machucar nesse processo. É a vida. VAI acontecer... é questão de tempo, mas vão te decepcionar e vão te deixar triste.
Aí... depende de você se amargurar e remoer o acontecimento ou, deixar passar, como tudo na vida.

Parece fácil né? Quase uma fórmula mágica.
Mas não é.

Hoje, tenho dificuldade. Em confiar, em esquecer...
O que será que mudou em mim? Antes, um acontecimento era um acontecimento e pronto. Hoje, se algo acontece imagino que aconteceu por um motivo e penso porquê daquilo. Imagino N coisas, me ponho no lugar da pessoa e suponho tudo. É martirizante, dolorido, sofredor.
Estou com dificuldades em esquecer. Esquecer o que me magoa, esquecer que as coisas passam...
E se as coisas passam e nós tentamos resolver, porquê não dói nas pessoas como dói na gente?
Antigamente,o foco era tentar resolver, porquê queríamos ficar bem... hoje, não parece haver importância. Enquanto eu sento na minha cama e choro por perceber essa mudança e por estar sozinha, o outro assiste TV como um dia comum de domingo.

Onde erramos?
Estou com dificuldade em esquecer... mas vou tentar.
Eu não costumo entrar em algo pela metade e se estou nessa, estou por completo e vou dar meu máximo. A gente sempre espera reciprocidade, mas é errado. É muito raro alguém fazer isso...
Esta é uma palavra que quase não existe na prática.

Se as pessoas soubessem a dor que carrego comigo... talvez fosse diferente.
Se A pessoa entendesse isso, acredito que as atitudes seriam diferentes.

Uma lágrima para findar meu dia e uma boa série na TV, afinal...
É só um típico dia de domingo.