28 de jan. de 2013

Será que todo dia vai ser sempre assim?

Segunda-feira, dia nublado, comum. Hoje, as pessoas acordaram cedo como o habitual e foram trabalhar, ganhar o pão de cada dia. Os mais jovens, foram estudar e garantir um bom futuro. A maioria, não todos.
231 pessoas mortas. 231 adolescentes que não acordaram hoje cedo para ir estudar, que não foram trabalhar e ajudar no sustento da família.
Para o resto do mundo, nada significou... pode ter gerado uma exclamação, um lamento ou um LUTO no facebook, mas a vida deles seguiu em frente, acordaram no mesmo horário de todos os dias, seguiram sua rotina. Mas, hoje... mais de 231 famílias acordaram chorando, 231 mães acordaram rezando para que tudo tivesse sido um pesadelo. Jamais voltarão á rotina.
E vendo o noticiário, vemos o habitual: avará da boate estava vencido, pessoas culpando os seguranças, a direção da boate alegando que foi uma 'fatalidade'. E no facebook? Hoje já não se vê tantos comentários. Fico até feliz, porque certas pessoas gostam de desastres e de dispersá-los, como compartilhar fotos das vítimas queimadas. -tem gente que não tem senso algum-


O avará estava vencido. Em quantos lugares vamos, acreditando fielmente que estamos seguros? Protegidos? Em algum lugar você já pediu para ver o avará de funcionamento? Não. E aí, já se imagina como poderia ter acontecido com você naquela boate que foi outro dia, ou naquele restaurante. E se o avará deles também não estivesse em dia?
Os seguranças não permitiram a saída logo no início, CLARO QUE NÃO. Se alguém se prestou ao trabalho de ler notícias, procurar saber sobre o incêndio, viu a planta do local e viu que não tem vista alguma da entrada da boate para o palco, onde o fogo começou. A função do segurança é impedir que pessoas saiam sem pagar, ele estava garantindo o pão dele e do filho dele, como todos os finais de semana que trabalhou ali. Não culpem os seguranças pela falta de responsabilidade dos donos da boate. Depois de perceber o fogo, os seguranças que ajudaram na retirada das pessoas e até, quebraram paredes para facilitar a entrada dos bombeiros e a saída dos jovens. Então, pára de colocar a culpa em alguém.
Sempre vai ter alguém culpando a Deus, os organizadores, os jovens que foram para um 'antro de perdição'... e blá blá. Por favor né? E quanto á igreja que se incendiou? Aquela que o teto caiu? Então, se Deus castigou os infiéis... dessa vez ele castigou os crentes porquê?
Tudo nessa vida acontece conforme a vontade dEle, por mais que não consigamos aceitar isso.
Dói toda vez que leio algo. Quando assisto um vídeo e vejo o desespero das mães, que vejo amigas chorando por terem conseguido se salvar, mas não encontram os amigos... rola uma lágrima.
Porque eu sei que a boate e os verdadeiros culpados, que permitiram que alguma boate funcionasse sem uma devida segurança, vão sair impunes. Vão molhar o bolso de alguém ali e aqui, e semana que vem os brasileiros já não vão mais lembrar dessa 'fatalidade'. Foi manchete ontem, mas hoje a manchete é a alguma gostosona perdendo o biquini no BBB.

Me dói saber que tantas famílias vão lutar por justiça sozinhas, desamparadas pelo resto dos brasileiros que são adeptos do: se não foi comigo, não importa. Saudade da época que se pisassem no pé de algum brasileiro, o outro comprava a briga. Saudade do nacionalismo que escorria pelas cores da nossa bandeira.
Agora? Agora o assunto vai ser a novela, vai ser outra tragédia que logo logo vai ser mais importante que essa e etc.

Será que todo dia vai ser sempre assim?

4 de jan. de 2013

Do que eu preciso?

Eu preciso de chocolate, nutella, hersheys.
Eu preciso de japonês, mc donalds, batatinha, subway.
Eu preciso de fettuccine, lasanha, pizza e x-bactéria.
Não, eu não preciso só de comida --'
Eu preciso de uma música, uma que me faça dançar, que eu possa me soltar, me jogar.
Eu preciso de dançar, sem que ninguém me note ou ao menos que eu não perceba isso.
Eu preciso de surpresa, de ser surpreendida. Preciso de um pedido diferente, preciso de um: vamos. Ao invés de: quer ir?
Eu preciso de um abraço, de um eu te amo sem motivo. Preciso de uma ligação pra dizer: vaca, tá sumida e tô com saudade. Preciso de descansar a cabeça, preciso de cachoeira, de praia, de mar.
Preciso escutar as ondas, preciso me encontrar com Deus. Preciso sentir o vento, preciso sentir o cheiro da liberdade de poder fazer suas próprias escolhas. Preciso ler mais, preciso me focar. Preciso ao mesmo tempo, esquecer de tudo isso e pedir um tempo pra mim.
Preciso me cuidar, preciso ser cuidada.
Quero caminhar de noite sem rumo, quero rir de coisa idiota. Quero os antigos rolés.
Quero andar de bicicleta de novo, quero um carro novo. Quero poder mandar no próprio nariz. Quero conquistar, quero não ter medo de vacilar.
Quero amar, quero matar saudades.
Quero um tempo.
Quero um tempo pra pensar em mim, um tempo pra ser feliz sem pensar nas condições. Quero rir de piada tosca, quero ler um livro no parque, quero ver as pessoas no parque levando suas vidas. Quero parar de dar dinheiro aos mendigos, mas também quero ajudar a não chamá-los mais assim. Quero ter um Golden Retriever, quero um hamster, um mico, quero um furão e um gato persa. Quero ser psicóloga e poder tratar pessoas que perdem anos da sua vida, da sua família, do seu amor, dos seus amigos, em um mundo onde não consegue sair. Quero ser mais, mais do que isso que todos pensam que eu sou.

Eu preciso viver.