12 de jul. de 2010

Estante de Fracassos


Sempre fui apaixonada por livros, agendas, poemas, lápis e papel.
Não podia ver um pedaço de folha em branco que precisava desenhar, escrever ou rabiscar.
Em todos os momentos, escrever foi meu remédio e também cura pro meu tédio.
Apaixonada, precisava escrever poesias e colorir corações em tudo o que eu via!
Triste, textos melancólicos e papéis molhados por lágrimas derramadas era o que mais se encontrava.
Brava, sentia-se a ira em rabiscos desordenados com traços fortes capazes de matar ou morrer enquanto palavra.
Meu companheiro de todas essas horas, que sabe mais de mim do que eu mesma. Meu vellho diário.
Aquele que lembra os momentos que minha memória exausta por conter tanta lembrança, se esquece.
Aquele velho amigo que não me deixa esquecer o essencial e também o essencialmente supérfulo para mim.
Aquele livro esquecido e empoeirado em meio a tantas outras lembranças na minha estante.
A estante da vida que guarda meu diário, minhas lembranças e meus sonhos não realizados.
Minha estante de fracassos.
Meus fracassos, minhas falhas que são tantas que quase não as suporta, a minha pobre estante.
Os troféus e medalhas por vitórias e fracassos. A minha VIDA.
São importantes pra mim. Cada falha, cada tropeço, cada pedra no meio do caminho serviu para construir essa armadura forte que me ajuda nas batalhas de hoje.
A armadura dessa guerreira que suporta tanta coisa no seu dia-a-dia.
Eu que faço do meu fracasso um aprendizado e da minha vitória um incentivo.
Ou do meu fracasso meu desistir e da minha vitória meu ego maior.
Da minha estante e do meu caminhar, cuido eu.


"Porquê carros e aviões, se tenho sonhos e pernas?"   Vander Lee

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