27 de set. de 2011

Indignação muda

Assunto para discutir nessa vida é o que não falta.
Problemas para reclamar e tentar achar uma solução, também não.
Reforma agrária, verba pública, política corrúpta, economia, dólar, profissão, futuro, Brasil, crianças, revoltas, atentados, doenças, bombas atômicas, favelas, violência, caos social...
Tanta coisa que quero dizer, gritar, escrever, berrar para você que lê e para aquele que nem sabe que eu escrevo ou existo.
Quero dizer tanta coisa para tanta gente.
Dizer que é um absurdo colocarem nas mãos de vestibulandos a resolução de problemas sociais e econômicos, dizendo que somos o futuro da nação e fazendo com que isso vire tema de redação numa prova.
Dizer que acho ridículo dizerem que o Brasil é o país do futuro e ele está nas mãos da nossa juventudes; já que a situação está crítica, alarmante e gritante nos dias de hoje com crianças morrendo de fome e doenças causadas por falta de educação sanitária ou acesso á cuidados médicos, chegando á fase adulta sem uma alfabetização dígna de uma conversa com senso crítico e opinião própria. Se hoje já está assim, me amedronta o nosso tão sonhado futuro.
Ansiar melhoras, projetar planos de desenvolvimento e deixar para que no futuro façamos a diferença não vai mudar nada. Nenhum projeto sai do papel sozinho e enquanto enchemos o bolso daqueles que prometem mundos e fundos para nós eleitores, eles não vão ter pressa para solucionar problemas que não os afetam.
Nossos políticos prezam tanto pela educação e dizem que a solução para todos os problemas parte de uma boa escolaridade, mas não pagam um salário decente nem aos professores que são responsáveis por salvar a nação, sustentar sua família e viver com uma grana que deputados e vereadores e o escambal gastam com lanche em dia de semana.
Tenho vergonha de não tirar a bunda da cadeira para poder reinvindicar direitos, de dizer que só me interesso por economia quando afeta MEU bolso, que me interesso por política quando afeta o MEU dia-a-dia, que me interesso por refomar agrária só se invadirem a MINHA propriedade, que quero saber do que acontece com a verba pública se por acaso o MEU bairro não está tendo os cuidados necessários... tenho vergonha desse povo individualista que só se interessa por causas nobres quando pisam no SEU calo.
Não quero e nem vou ser assim.
Quero participar, quero mudar, quero falar e escrever, quero fazer a diferença ao menos uma vez.
Quero poder dizer mais á frente que lutei pelo que achei certo, que não aceitei calado injustiças num governo que se acha tão correto e justo, jogando marginais que não tem acesso á mudança nas cadeias e deixando os verdadeiros bandidos soltos para fazerem a cagada bem de baixo do nosso nariz.
Nem que seja em um texto, nem que seja em um livro, um vídeo, um grito.
Nem que seja por cara pintada, por manifestação na rua, por não aceitar a realidade.



Eu não vou aceitar tudo isso calada.

2 comentários:

  1. “Cada povo tem o governo que merece”. Dita pela primeira vez em Agosto de 1811, pelo filósofo e diplomata francês Joseph De Maistre, essa máxima se encaixa perfeitamente em nosso querido Brasil. Não é a primeira vez que escrevo isso, e com certeza não será a última, mas, enquanto perdurar a situação, eu vou continuar afirmando sem medo de ser injusto: “a culpa de tudo isso que estamos sofrendo é do próprio povo brasileiro”.
    O link abaixo leva ao texto em que falo sobre isso:
    http://ecoandoonline.zip.net/arch2011-09-01_2011-09-30.html#2011_09-28_10_32_41-142672668-0

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  2. Concordo em gênero, número e grau!
    Lerei seu texto depois (:
    beijok

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