O blog está diferente.
Odeio isso. Não as mudanças, porque mudança é necessário.
Tudo muda na vida... o tempo, as pessoas, o sentimento, o clima, o pensamento... precisamos nos habituar.
Mas odeio as mudanças que nos pegam de surpresa. Um exemplo (estúpido) é o facebook, orkut, blogs que mudam sua estrutura de um dia para o outro forçando o usuário a se adequar. É claro que vai haver revolta, está tirando o ser humano de sua área de conforto, do seu hábitat, de onde está acostumado, está o tirando de sua jaula e simplismente tacando na selva. Não é bem assim que a banda toca, não aceitamos assim tão fácil. Vamos xingar muito no twitter, revoltar no facebook por odiar a linha do tempo, vamos dizer que o orkut ficou uma merda. Vamos continuar usando mesmo assim, nos acostumar á essas novas mudanças, parar de reclamar e depois (quando houver outras mudanças), o mesmo se repetirá.
Mas nem vim falar sobre mudança hoje, só lembrei porque não gostei da mudança do blog. Estou perdida, demorei a encontrar o botão onde devo escrever um novo texto. Devia ser tudo mais simples... eu so quero desabafar, só quero colocar as palavras pra fora, só quero que as pessoas me leiam e que ao menos UMA me entenda ou não.
Palavras são legais por isso. Gosto de palavras justamente porque NUNCA são exatas.
Depende da interpretação e essa, cada um tem a sua. É única. Podemos até compartilhar da mesma opinião, mas foi você quem chegou á aquela conclusão. Não preciso somar 2+2 pra saber que o resultado é 4. Você precisou ler, precisou se colocar no lugar do personagem, preciso sentir.
Faz muito tempo que não leio livros. Comecei um e parei, comecei outro e parei. Não que estavam intediantes, absolutamente não. Só que na minha lista de prioridades, eles têm sido deixados para trás.
Não posso fazer isso, os livros que me dão um ânimo a mais pra enfrentar o dia-a-dia que acaba virando rotina e eu odeio rotina.
Mas como eu disse, esse não é o motivo da minha escrita hoje.
Tem algo que vive em mim, que está ali todos os dias, mesmo quando sorrio, quando estou feliz, quando estou viajada, quando estou muito ocupada, quando estou nervosa... independente da reação, ele está ali.
Aquilo se faz mais forte quando estou sozinha, por isso me aflito tanto quando chega a noite.
Quando tenho que deitar a cabeça no travesseiro e não no peito do meu amor, e não no colo da minha mãe e não cair na gandaia com os amigos. Quando é só eu e o travesseiro, quando tenho que parar para pensar em tudo... quando os problemas vêm á tona, quando parece que ninguém está ali do seu lado, quando aquela enorme vontade de chorar chega e não tem ninguém para secar suas lágrimas, te abraçar e dizer que vai terminar tudo bem.
Angústia. É ela quem me faz ficar assim. Não sei o porquê dela se instalar no meu coração, não sei motivo, não sei nem porque ela existe na minha vida. Não tem razão, sério, não tem razão.
Mas ela aparece ás vezes, do nada. Ela vem forte, aperta o coração, me faz pensar em tudo de ruim que aconteceu, que pode acontecer, que vai acontecer. Me faz lembrar que estou sozinha, que no final do dia é só eu comigo mesma e que o resto é coadjuvante, que no fim da trama sai da tela e ninguém mais lembra.
Me faz engolir a seco, me faz lembrar que no outro dias os problemas estarão lá para VOCÊ encará-los e ninguém mais além de você pode fazer isso.
Aí você quer alguém, alguém com quem conversar, com quem possa desabafar e dizer como se sente em relação á tudo isso que vêm em sua mente quando está só... mas aí, você olha para aquela lista de contatos no telefone, você conta nos dedos os que talvez consiga falar, você vê que não consegue se abrir com eles. Você ainda nem sabe se são realmente verdadeiros... e se forem apenas coadjuvantes? Ando tendo muitos amigos assim. Somem, vão organizar suas vidas e esquecem de mim. Não dos amigos, esquecem de mim. Talvez não me considerassem tão amiga, tão verdadeira. Mal sabem eles, os que chamo de amigos levo pra vida toda, faço tudo por eles, compro briga, saio de casa de madrugada pra poder abraçar se for preciso... mas muita gente esquece disso, ou então não sabe, ou realmente não dá valor. Talvez eu seja uma má amiga e nem saiba. Mas não importa, a questão é que não tenho para quem ligar, não tenho alguém que apareça na minha casa apenas pra me escutar, ou que me ligue pra gente conversar bobagem, ao menos pra angústia não me pegar.
Tento outra pessoa, mas que também não vive por minha conta... embora meu coração egoíiiiiiista que é, não entenda essa parte. Ela também não pode.
Então a única que tenho esta noite para me fazer companhia é você, angústia.
Que me fez vir aqui escrever, porque não aguentava mais apertar com tanta força meu travesseiro pedindo que o sono viesse e eu pudesse afastar todos esses pensamentos que vêem quando você está comigo.
Não sei como acabar com você, já tentei muita coisa mas você sempre volta.
E está aqui agora, quase que toma meu lugar e escreve por mim. Quase que quem deva assinar esse texto seja você e não eu.
Talvez ela mereça, isso que me causa é o que me ergue a escrever.
Então, dedico esse texto á você ou você o dedica para mim.
No final das contas e desse texto, nem sei mais quem é quem.
Se tenho você como amiga ou como outra de mim, já não sei. Pela convivência, pela semelhança, talvez sejamos um só.
E em uma noite fria de domingo me fez levantar da cama gostosa, do cobertor quente e travesseiro macio para vir chorar minhas palavras, jorrar na tela o que anda me apertando o peito, o que ninguém vai conseguir entender lendo, ouvindo, traduzindo ou mesmo com terapia. Ninguém vai entender o sentimento, porque ele também é único... assim como a interpretação de uma palavra.
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